(Texto revisado)
A presença dos evangélicos no Brasil remonta o século XVI, quando os huguenotes (calvinistas de origem francesa) chegaram ao Rio de Janeiro com o propósito de ajudar a estabelecer um refúgio para os protestantes perseguidos na França. Todavia estes tiveram problemas com Villegaignon que entrou em conflito com os calvinistas devido a determinados posicionamentos doutrinários, especialmente no que diz respeito a questão dos sacramentos. Ordenados a saírem do Brasil, os colonos reformados embarcaram em um navio de volta para a França. Em meio a excesso de passageiros e pouca comida à bordo, a embarcação começou a afundar quando estavam ainda na altura de Cabo Frio, e assim cinco genebrinos resolveram voltar de bote. Assim que chegaram em terra foram presos: Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, Pierre Bourdon, André Lafon e Jacques le Balleur. Pressionados por Villegaignon, foram obrigados a professar por escrito sua fé, no prazo de doze horas, respondendo uma série de perguntas que lhes foram entregues. Eles assim o fizeram, e escreveram a primeira confissão de fé protestante das Américas, sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. Essa declaração de fé é conhecida como a ”Confissão de Fé de Guanabara” (1558). Em seguida, os três primeiros foram mortos e Lafon, o único alfaiate da colônia, teve a vida poupada. Balleur fugiu para São Vicente, SP, foi preso e levado para Salvador (1559-67), sendo mais tarde enforcado no Rio de Janeiro, quando os últimos franceses foram expulsos.
Quase 100 anos depois, os holandeses
criaram a Companhia das Índias Ocidentais com o objetivo de conquistar e
colonizar territórios da Espanha nas Américas, especialmente uma rica região
açucareira: o nordeste do Brasil. Em 1624, os holandeses tomaram Salvador, a
capital do Brasil, mas foram expulsos no ano seguinte. Finalmente, em 1630 eles
tomaram Recife e Olinda e em seguida boa parte do Nordeste, incluindo a Paraíba.
Neste período, especialmente durante o governo do conde João Maurício de
Nassau-Siegen, que governou esta região entre 1637 a 1644, foi concedida
uma boa medida de liberdade religiosa aos residentes católicos e judeus, e a
Igreja Reformada da Holanda passa a ser considerada a igreja oficial. Segundo
pesquisadores deste período da história brasileira foram criadas no mínimo vinte
e duas igrejas locais e congregações, dois presbitérios reformados (o de Pernambuco
e o da Paraíba) e até mesmo um sínodo, o Sínodo do Brasil (1642-1646). Mais de
cinquenta pastores ou “predicantes” serviram essas comunidades.
A Igreja Reformada realizou uma
intensa obra missionária junto aos indígenas. Além de pregação, ensino e
beneficência, foi preparado um catecismo na língua nativa. Outros projetos
incluíam a tradução da Bíblia e a futura ordenação de pastores indígenas. Em 1654
os holandeses foram expulsos do nordeste, transferindo-se assim para o Caribe.
Segundo a
historiadora cearense Jaquelini de Souza a
primeira igreja protestante brasileira surge
a partir da ocupação holandesa no Nordeste: A Igreja Reformada Potiguara. Esta foi criada por índios potiguaras que foram convertidos
por holandeses . Mesmo após a expulsão dos batavos, tais
congregações cristãs se expandiram pela Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Perseguidos pelos portugueses tais
índios convertidos se refugiaram no Ceará.
Desde então, não se conhece
relatos de cultos protestantes no Brasil colonial. Todavia, com a chegada da
família real e com a abertura dos portos às nações amigas, as
confissões protestantes começaram paulatinamente a chegar ao país. Os
Anglicanos chegam em 1811. Há registros que inclusive apontam a presença de
anglicanos morando na Paraíba neste período. A Ilha Stuart (localizada no estuário do rio
Paraíba) abrigou alguns ingleses anglicanos durante a primeira metade do século
XIX.
Em 1824 chegam no Brasil os
luteranos, os Congregacionais em 1855, os presbiterianos em 1859, e os
batistas em 1871.
Referências bibliográficas
·
Ribeiro, Alvarez Jorge. História da Igreja
Presbiteriana na Parahyba. João Pessoa: Fénix, 2003.
·
Souza, Jaquelini. A primeira igreja
protestante do Brasil. Higienópoles: Mackenzie, 2013.
·
Matos, Alderi de Souza. História da Evangelização
no Brasil. Viçosa: Ultimato, 2003.
·
Blog http://ipjp130anos.blogspot.com.br/ acessado em 17 de fevereiro de 2014, às
17h10min
·
Site http://istoe.com.br/reportagens/328079_OS+PRIMEIROS+PROTES
TANTES+BRASILEIROS acessado em 20 de Janeiro de
2014, às 14h25min
·
Site http://www.monergismo.com/textos/credos/confissao_guanabara.htm
acessado em 20 de Janeiro de 2014, às 15h05min
Nenhum comentário:
Postar um comentário