A África é um continente de muitas belezas, entretanto lá ainda estão presentes epidemias
assustadoras e fomes frequente como em nenhum outro continente. Esta análise
visa abordar especificamente a temática destes dois flagelos que assolam a
África de nossos dias, sem partir para outras esferas que convém ser trabalhadas quando, por
exemplo, discutimos esses assuntos em sala de aula. Tal contextualização
epistemológica ficará ausente neste espaço, tendo em vista que o foco é
voluntariamente limitado.
1. EPIDEMIAS MAIS COMUNS NA ÁFRICA ATUAL
Em nenhum
lugar do mundo as epidemias são tão intensas como no continente africano. A
África é a única região do globo em que as taxas de morte por doenças
transmissíveis são maiores que as das não transmissíveis. Segundo dados do
relatório de 2012 da Organização Mundial da Saúde, no mundo 65% das mortes tem
doenças não transmissíveis como causa. Na África, as doenças mais graves são a
AIDS e a Malária. As porcentagens alarmantes de casos de doenças como sarampo,
poliomielite e tétano mostram a falta de vacinação e a pobreza da África
Subsaariana.
AIDS
A taxa de
contaminados pelo vírus está diminuindo, e esta aumentando o acesso aos
medicamentos que amplia a sobrevida. Na região Subsaariana, esse acesso cresceu
19% apenas entre 2010 e 2011. Mas infelizmente a AIDS continua sendo a
principal causa de morte de crianças até os 5 anos de idade no mundo.
Dados da Unaids de 2012 mostram que só na África
Subsaariana vivem 68, 7% dos 34,2 milhões de pessoas contaminadas pelo HIV em
todo mundo (23,5 milhões). O maior
numero de soropositivos do planeta está na África do Sul: 5,6 milhões. Nesse país, a epidemia agravou-se
porque o governo demorou para reconhecer sua existência. Contudo em 2007 a
nação acelera a distribuição gratuita de medicamentos. Em 2012, o tratamento
antirretroviral da África do Sul é o maior do mundo, com mais de 1,7 milhões de
pacientes atendidos. Porém o numero
ainda é proporcionalmente pequeno.
Em
Zâmbia, aproximadamente 20% de toda população adulta e jovem encontra-se
contaminada com a doença; em Botsuana, cerca de 39% da população entre 15 e 49
anos estão com a doença e em Lesoto e Zimbábue, o percentual é de aproximadamente
20%, esses são dados da OMS (Organização Mundial de Saúde).
O governo do Quênia, diante do flagelo provocado pela doença, sugeriu de forma ingênua que a população deixasse de fazer sexo por um período de dois anos. Segundo o governo, esse tempo serviria para diminuir a expansão do vírus, já que entre a população de 30 milhões de habitantes, 3 milhões estão infectados.
O governo do Quênia, diante do flagelo provocado pela doença, sugeriu de forma ingênua que a população deixasse de fazer sexo por um período de dois anos. Segundo o governo, esse tempo serviria para diminuir a expansão do vírus, já que entre a população de 30 milhões de habitantes, 3 milhões estão infectados.
MALÁRIA
A malária, ou padulismo, é
trasmitida pelo mosquito anopheles. A
doença matou 596 mil pessoas no continente africano somente em 2010, o que
representa 91% dos óbitos mundiais decorridos da doença, a maioria das vítimas
são crianças de até 5 anos. A Republica Democrática do Congo tem o mais elevado
numero de contaminações , com 731.941 casos confirmados e 23.476 mortes. No mesmo ano, o Quênia
registrou o maior numero de mortos: 26 mil.
TUBERCULOSE
Embora
vivam na África apenas 10% da população do planeta, cerca de 30% dos casos de tuberculose
notificados anualmente provem de lá. Fatores agravantes,
como o vírus HIV faz com que portadores do mesmo sejam mais suscetíveis a
desenvolver a forma grave da tuberculose, e chegar a óbito muitas vezes.
O FLAGELO DA FOME
Em nenhuma outra parte do mundo a
fome é tão devastadora do que na África. Apesar de uma relativa melhoria na
qualidade de vida da população, podemos afirmar que tal quadro ainda é bastante
alarmante. Conflitos constantes, condições de clima adversos e as próprias
doenças são as principais causas desse problema.
Apesar de petróleo,
matérias-primas e bons níveis de crescimento atuais, o continente africano
convive com um clima hostil, visível em secas prolongadas em alguns países e
chuvas em excesso em outros, tornando muitas zonas do continente dependentes de
ajuda externa.
Exemplos da fome na África
A região conhecida como “Chifre da África” (composta
por Etiópia, Somália, Quênia, Djibuti e Eritréia), historicamente, possui a situação mais crítica.
As crises na Etiópia, entre 1983 e 1985,
deixaram centenas de milhares de pessoas mortas devido a uma seca prolongada,
e, na mesma época, no Sudão, cerca de 250 mil pessoas morreram por falta de
alimentos. Mais recentemente, desde 2010, esta região voltou a conviver com uma
situação semelhante, todavia ainda mais delicada.
Na Somália a ONU decretou, em 2012,
estado extremamente alarmante de fome em seis estados do centro sul da nação. Em
novembro, o grupo islâmico radical Al Shabab obstrui a ajuda humanitária e
expulsa 16 agencias internacionais das regiões sob o seu controle. Já no
Quênia, que convive com a pior seca dos últimos 60 anos, a estimativa da ONU é
que 2,2 milhões de pessoas precisem urgentemente de socorro humanitário. O país
abriga cerca de 500 mil somalis refugiados da seca e da guerra.
Na Suazilândia, em 2007, a prolongada seca causa a pior colheita da
história do país. A fome ameaça mais de
40% da população, e a ONU pede doação de alimentos. Em Lesoto, a prolongada escassez de chuvas também afeta a
lavoura e agrava o quadro de subnutrição do país. Em setembro de 2012 a ONU
estima que 39% da população depende de ajuda humanitária urgentemente. Na
Republica Centro Africana, a miséria é tão intensa que, segundo a ONG Médicos
sem Fronteiras, as taxas de mortalidade no país beiram uma crise humanitária. A
expectativa de vida é de, em média, 48 anos.
Muitas das doenças que afligem o continente poderiam ser reduzidas com melhores condições sanitárias, já que mais de 40% dos africanos não dispõe de água potável e condições sanitárias adequadas.
Na África, a capacidade de armazenamento de água é aproximadamente cem vezes inferior ao conseguido na Europa e na América, o que fragiliza os países em termos de desenvolvimento social e econômico e diante de catástrofes meteorológicas. Apesar do continente africano abrigar mais de 60% das bacias hidrográficas, a falta de cooperação limita o aproveitamento.
Segundo a OMS e a Unicef, todos os dias morrem cerca de 4.500 crianças no mundo devido à falta de acesso a água potável e à ausência de saneamento básico, que causam diarreias e doenças infecciosas. A situação mais grave é, mais uma vez, na África Subsaariana, onde apenas 56% da população tem acesso a água potável e 37% a condições de saneamento, segundo as duas entidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As epidemias e a fome na África
não são coisas do passado. Números da ONU indicam que atualmente 200 milhões de
africanos sofrem com a miséria extrema e estão na África 16 dos 18 países pior
alimentados do mundo. Cheias, secas, erosão do solo, falta de meios e de
técnicas (três quartos das terras são cultivadas sem fertilizantes e sementes
melhoradas), mas também instabilidade política e conflitos (e a consequente
fuga da população) levam às constantes crises humanitárias, ainda que todos os
relatórios internacionais indiquem hoje um aceleramento da economia africana.
É triste saber que a grande
maioria dos cidadãos ocidentais, raramente pensam na possibilidade de
contribuir, diretamente ou indiretamente, para o combate à miséria no
continente africano. Para quem está ansioso em
ajudar não faltam boas opções: temos instituições respeitadíssimas, como
é o caso da World Vision, Médicos sem Fronteiras e UNESCO. Todavia, se nesse
lado do planeta poucos são aqueles que se engajam pelo bem de suas próprias
localidades, dificilmente veremos um bom numero daqueles que se importarão com
o deslembrado continente africano. Sair da zona de conforto ainda é uma opção
subversiva para maioria.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
Ø pt.wikipedia.com/africa
Ø http://saude.hsw.uol.com.br/dez-piores-epidemias.htm
Ø http://usuarios.cultura.com.br/jmrezende/epidemias.htm
Ø http://www.mundovestibular.com.br/articles/376/1/EPIDEMIAS
Ø Almanaque Abril 2013. São Paulo: Abril, 2013.
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