Francisco
Buarque de Holanda, mais conhecido como “Chico Buarque” é reconhecido como um
dos grandes artistas da história do Brasil (um dos meus favoritos). Compositor e cantor, lembrado por
musicas marcantes como “A Banda”, “João e Maria” e “Cálice”, e também escritor
de peças e óperas como “Calabar” e “A ópera do malandro”. Chico Buarque também
é filho do importantíssimo historiador e jornalista Sérgio Buarque de Holanda.
Muitos
vêem Buarque como um artista que sempre foi tímido e intelectual comportado, todavia
poucos sabem que durante sua adolescência ele aprontou um pouquinho. Em uma
entrevista concedida em 1979 (disponível no link)
ele revela coisas surpreendentes sobre essa fase de sua vida. Veja que sua
primeira aparição na mídia não se deu como artista, mas sim como “arruaceiro”:
“Eu
tinha 17 anos. Estava no meio termo entre o boa-vida e o marginal absoluto. A
brincadeira era roubar carro para circular pela cidade, e uma vez a polícia nos
pegou, eu e um colega meu, numa ladeira do Pacaembu. Aliás, foi a primeira vez
que eu saí no jornal, acho que no Diário de São Paulo: "O pivete
F.B.H.", e a foto com aquela tarja preta nos olhos Foi uma loucura,
queriam que a gente confessasse vários roubos, queriam ter achado uma quadrilha
de puxadores de carros Então era porrada, muita porrada. Nos passaram para o
camburão. Quando um batia - eram quatro - , os outros todos também batiam, para
não se sentirem diminuídos. Até o cara que estava dirigindo o camburão: mesmo
de costas, ele pááá! Fomos para o Departamento de Investigações, na rua
Brigadeiro Tobias. Não tínhamos documentos, claro. Ameaça de pau-de-arara, e
tal. No fim se convenceram de que a gente era menor de idade e passamos a noite
numa cela do Juizado de Menores. Me lembro que havia com a gente um garoto que
tinha roubado um cavalo. Lembro também do cheiro desse lugar, que era uma coisa
abominável. No dia seguinte a minha irmã Miúcha - meus pais estavam viajando -
, que era maior de idade, foi me tirar de lá. Isso foi aos 17 anos, e até fazer
18 fiquei na chamada liberdade condicional: não podia sair de casa depois de 8
ou 9 da noite. Me lembro de ter passado o Carnaval de 62 dentro de casa, puto
da vida. Uns seis meses sem poder sair de noite.”
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