IDOLATRIA E PSEUDO EVANGELICALISMO

"O que define uma igreja evangélica", tal pergunta não é tão fácil responder. Todavia podemos afirmar que uma igreja evangélica é uma igreja que abraça as escrituras, fazendo dela seu referêncial comportamental e doutrinário. Ela leva a sério os ensinos de Jesus,  transmite o amor de Deus, possui uma teologia bem estruturada e prática, é inconformada com a injustiça e preza por sua integridade comunitária.

Tendo em vista essas caracteristicas, se tivermos uma visão bem aberta perceberemos que a maioria das igrejas brasileiras ditas evangelicas são na verdade pseudo-evangélicas. São poucas as igrejas que exalam o amor de Cristo, são poucas as igrejas cujos líderes estão preocupados em agradar a Deus em primeiro lugar e não a suas ambições, são poucas as igrejas que se importam profundamente com os conflitos sociais e os males que aflingem as familias conteporâneas, são poucas as igrejas onde os membros vivem a mensagem de Jesus e entendem bem o que é a graça de Deus e são poucos também os líderes que se preocupam verdadeiramente em ensinar a bíblia de uma forma dinâmica, honesta e genuína.Como uma igreja pode se dizer evangélica sem viver de forma coerente com a mensagem do evangelho?

Confesso que não são poucas as vezes que me sinto cauteloso ao afirmar que sou evangélico, pois por mais que eu entenda que o evangelicalismo verdadeiro é constituído apenas por igrejas sérias, sei que a maioria não entendem isso, mas na verdade fazem inocentamente uma generalização eclesiastica prematura. O engraçado é que a decadas atrás isso não acontecia, pois não existiam tantas igrejas escandalosas, fundo-de-quintal e seguidoras da filosofia "pequenas igrejas, grandes negócios". Antigamente as igrejas que se identificavam como evangelicas possuiam uma integridade muito mais respeitavel do que hoje.

Uma das práticas que mais crescem nessas igrejas pseudo-evangelicas sem dúvidas é a idolatra. E  isso fica mais surpreendente quando percebemos que essas denominações são as que mais gastam tempo e munição atirando contra o catolicismo romano. Tais igrejas acabam caindo na hipocrisia, intalando-se em um estado de mente cauterizada e infantil.

Podemos pontuar os tipos de idolatria mais frequentes nessas igrejas em três formas:

A idolatria  relacionada à personalidades
Um grupo de manifestantes cristãos decidiram de maneira pacifica organizar faixas e cartazes na frente de uma das entradas do 13º Congresso de Louvor e Adoração do Diante do Trono. Isso foi o bastante para muita polêmica e revolta por parte de alguns participantes do congresso.
Este blogueiro não está aqui para julgar o mérito da questão. Mas lamentar que alguém tenha se irritado tanto com algo tão pequeno. Se estes irmãos estavam realmente errrados, será que a forma como foram abordados foi cristã??
Confira a íntegra do relato do manifestante Wagner Lemos durante o 13º Congresso de Louvor e Adoração:

Nos encontramos no local e horário pré-definidos: Gameleira 8hs.
Nos deslocamos para o Expominas onde acontecia o 13 Congresso de Louvor e Adoração Diante do Trono, e logo no inicio os seguranças do evento proibiu a nossa entrada (Obs: Não tínhamos a intenção de ficar dentro da Expominas, até mesmo porque não fomos credenciados. Fomos impedidos de ficar nas dependências do mesmo. Inclusive no estacionamento).
Quando abrimos as faixas, a fila para entrar no “Congresso” se voltou para nós: Expressões de Ódio e Reprovações eram nítidas! Poucas pessoas vieram até o movimento saber do que se tratava, quais era nossas idéias. As mentes já cauterizada pelo “Movimento Gospel”.
Um outro ponto que gostaria de salientar: A quantidade de homossexuais naquele congresso. Não sou homofóbico e quem me conhece das redes sociais sabe que não sou preconceituoso (sabem que sou contra a pratica, o pecado). Claro que nossas igrejas são para as pessoas que são discriminadas, doentes, etc… Mas é nítido que a Lagoinha virou um refugio para a comunidade gay. Uma coisa é acolher os homossexuais (não fazemos mais do que obrigação como cristãos), mas é preciso pregar a verdade, verdade essa que vai trazer libertação. Mas parece que a Lagoinha não prega contra!
Atendemos grupos e grupos de homossexuais que vieram falar conosco. Os recebemos em amor, e tenho certeza que ali foi plantado uma semente, que no tempo hábil o Senhor fará Germinar.
Para as pessoas que vieram até nós, deixamos claro que não tínhamos nada contra a Ana Paula Valadão ou a Lagoinha. Somos contra o Show, o comércio da fé, o mercantilismo, contra as manifestações magicas distribuídas por atacado e varejo por algumas igrejas.
Nossas faixas não havia nada escrito com agressividade, mas as pessoas que olhavam e liam reprovava e era nítido através da reação! Agora eu me pergunto: O que tem demais uma faixa com versículos bíblicos? Estão assustados com versículos bíblicos? Que igreja é essa? Que geração é essa que se assusta com um versículo bíblico estampado em uma camiseta e em algumas faixas?
Devo admitir que fiquei triste e segurando as lágrimas durante o protesto. Ver a igreja de Cristo perdida numa apostasia sem fim, as mulheres eram xerox da Ana Paula Valadão no jeito de se vestir e falar, uma igreja que se assusta e joga pedras em faixas com versículos bíblicos. Defendem suas estrelas gospels com unhas e dentes, mas não são capazes de fazer uma hermenêutica correto sobre “Não julgue”!
Acho tão incoerente, a igreja evangélica critica tanto o catolicismo Romano com relação a idolatria de santos… e essa geração de “adoradores extravagantes”, “adoradores proféticos” tem colocados artistas como nesse caso Ana Paulo Valadão em um pedestal e a mesma se torna intocável! Ungida… Vejo com nojo e repulsa comunidades no twitter e Facebook que se intitulam como “Valadetes”. Valadetes esses que me ameaçaram via twitter! Hoje mesmo estive com o Garoto que me ameaçou no Twitter, ele achou que eu não tinha reconhecido… mas reconheci de longe! Mas apenas orei por ele, não fui ali para brigar, discutir ou entrar em atrito por causa de ameaças… Fui naquele lugar para que pessoas conheçam um pouco desse Evangelho Puro e Simples que um dia conheci e fui completamente liberto da religiosidade e tradições!
Eu creio que da mesma forma que um dia Deus me impactou com essa verdade, pessoas ali no protesto foram tocadas pelo Espirito Santo. E o dia que essa verdade vir a tona… Mascaras irão cair! A religiosidade vai desaparecer! A alienação e algemas que alguns lideres colocam em suas membresias serão totalmente quebradas.
Minha oração hoje é para que através de nossos blogs, nossos textos e das nossas manifestações/protestos Deus nos use para alcançar o coração daqueles que ainda estão cegos por esse sistema!
Não somos melhores que ninguém… Somos apenas servos e miseráveis! Pessoas cheias de defeitos e falhas.

Fonte: http://ismaelmoura.blogspot.com/



A idolatria relacionada ao material e a falta de simplicidade

"A nossa glória é esta: o testemunho da nossa consciência, de que com simplicidade e sinceridade de Deus, não com sabedoria carnal, mas na graça de Deus, temos vivido no mundo..." (II Cor 1.12)


É muito comum nos dias atuais encontrarmos templos ditos evangélicos, onde a simplicidade ensinada por Cristo é contraditoriamente um ensinamente esquecido. Há uma tendência, especialmente no meio  neopentecostal, a ensinar que as riquezas materiais é um direito dos cristãos e que estes devem busca-las até alcançarem. Nestas pseudo-comunidades-cristãs, é mais fácil você escutar "Senhor dá-me riquezas", do que "Senhor dá-me sabedoria para lutar contra a miséria e a opressão na minha localidade".  O compromisso da Cidade do Cabo, elaborado por líderes evangélicos de todo o mundo, toca nessa tecla de forma muito eficaz: 

"(...)Consideramos como contrário à Bíblia o ensinamento de que o bem estar espiritual possa ser medido em termos de bem estar material, ou que a riqueza seja sempre um sinal da benção de Deus. A Bíblia mostra que a riqueza muitas vezes pode ser obtida através da opressão, do engano ou da corrupção. Negamos também que a pobreza, a doença ou a morte física sejam sempre sinais da maldição de Deus, ou evidência de falta de fé, ou o resultado de maldição humana, já que a Bíblia rejeita tais explicações simplistas.
Nós admitimos que seja bom exaltar o poder e a vitória de Deus. Mas cremos que os ensinamentos de muitos que promovem energicamente o evangelho da prosperidade distorcem seriamente a Bíblia; que suas práticas e seu estilo de vida geralmente são antiéticos e não semelhantes a Cristo; que eles costumam substituir o evangelismo genuíno pela busca de milagres, e substituem o chamado ao arrependimento pelo chamado para a contribuição financeira destinada a organização do pastor. Lamentamos que o impacto de seu ensino em muitas Igrejas seja pastoralmente prejudicial e espiritualmente doentio. É com alegria e firmeza que ratificamos toda iniciativa em nome de Cristo que busque trazer cura ao doente ou livramento duradouro da pobreza e do sofrimento. O evangelho da prosperidade não oferece nenhuma solução duradoura para a pobreza e pode desviar as pessoas da verdadeira mensagem e do verdadeiro caminho para a salvação eterna. Por essas razões, usando de sensatez, ele pode ser descrito como um evangelho falso. Por isso rejeitamos o excesso de ensino sobre prosperidade por ser incompatível com o cristianismo bíblico equilibrado."

A idolatria relacionada ao mero formalismo 

Existe em algumas igrejas um apego extravagante a religiosidade vazia. Essas igrejas esforçam-se em manter sua liturgia e tradição intocável e forte. Qer ver a liderança ficar nervosa? Basta o ministério de louvor canta uma musica que não seja do hinário da denominação, ou ainda, o dirigente inverter a ordem liturgica do culto por determinado motivo. Tolera-se pregações monotonas e vazias, mas não permite-se que um pregador verbalize uma mensagem eufórica e num tom de voz um pouco mais alto, recheado de palavras duras de ouvir. Tolera-se no pulpito pastores empalitosados, perfumados e com um sobrenome chic, mas que são sem vida com Deus; porém não tolera-se um pregador de camisa polo pregando coisas que a igreja precisa muito escutar.

Certa vez visitei uma igreja tradicionalissima muito conhecida aqui em João Pessoa, a qual não citarei o nome. Na ocasião fui com quatro colegas, sendo duas meninas não cristãs que foram afim de conhecer como era uma igreja evangélica. Chegando lá o culto logo começou, e para nossa surpresa começou a ser entoado hinos bem tradicionais e antiguissimos, sem auxilio de letra em hinário ou por meio de slides. Se eu que já era evangélico fiquei me sentindo "peixe fora d'agua", imagine as colegas que foram conosco? Após 40 minutos de hinos totalmente desconhecidos por quem não fazia parte dessa denominação, tivemos de tolerar um sermão dos mais sonolentos e mais longos que escutei (cerca de uma hora e vinte minutos de duração) e ao término o pregador perguntou em publico para nós visitantes, de um por um: "Você já é crente?". Ao perguntar para as duas meninas elas balançaram suas cabeças negativamente.O pregador simplesmente replicou:  " Então aceitem Jesus nesse momento, se tornem crentes pois não sabemos o que será do amanhã!Pensem em suas almas condenadas!"
As meninas ficaram paradas e tensas. O pregador insistiu, porém resolveu desistir do apelo dizendo: "Não esperem por amanhã. Se vocês quiser ser crente, então falem conosco ao término do culto, vamos dar mais uma chance."
Fiquei super constrangido. E para completar, ao término do culto tivemos que tolerar um pósludio ao som de orgão por mais de 5 minutos.
As meninas depois comentaram que preferiam permanecer sem religião do que ir pra uma igreja daquela.




Do que adianta se dizer evangélico, e não ter um estilo de vida conforme o evangelho? Que autoridade tem alguém que idolatra o poder ou as personalidades da música gospel, de criticar as procissões católicas ou os terreiros de Umbanda? Precisamos viver um cristianismo autêntico, e não acharmos que pelo simples fato de ser membro ativo de uma congregação evangélica já estamos com o passaporte carimbado para o céu.
Devemos agir conforme Jesus disse:

Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. Mateus 7:13,14

 

 

Ó temporas! Ó mores!