quinta-feira, 29 de novembro de 2012

CIGANOS DO SERTÃO DA PARAÍBA: ESQUECIDOS PELA SOCIEDADE, ESQUECIDOS PELA IGREJA


O povo cigano é literalmente um povo esquecido nos sertões do nordeste brasileiro.  A chegada dos ciganos ao Brasil é datada pelos historiadores de por volta do século XVII e sua presença no sertão é conhecida desde, no mínimo, o Brasil Imperial. Vítima de bastante preconceito, essa etnia carece de assistência por parte dos governos, da sociedade e da igreja.

Os ciganos estão presentes em todos os estados nordestinos. Na Paraíba sua presença é mais intensa no município de Sousa, onde cerca de 300 famílias ciganas estão distribuídas em dois ranchos localizados na periferia da cidade. Quem visita um desses ranchos, especialmente o chamado “rancho de baixo”, ficará chocado com a péssima qualidade de vida desse povo. Falta saneamento básico, água encanada, moradias dignas, assistência social, acesso a saúde, documentos, enfim, condições básicas de sobrevivência. Muitas famílias destas localidades encontram-se em um estado de verdadeira miséria.

Entre tantas carências desta população, podemos destacar também a espiritual. O povo cigano, ao contrário do que muitos cristãos pensam, são muito abertos a palavra de Deus. Infelizmente o preconceito e o desinteresse impregnado em muitas comunidades cristãs da região impede que atividades sociais-evangelísticas sejam desenvolvidas.

No rancho de baixo, onde centenas de ciganos estão esquecidos pelo resto do mundo, já foram desenvolvidas algumas atividades por parte de alguns crentes. Todavia os trabalhos encontram-se parados a muitos meses, ao ponto dos ciganos reclamarem na inconstância por parte dos grupos evangélicos que prometem assistência mas não cumprem. O próprio povo cigano solicita atividades por parte das igrejas, entretanto permanece a insensibilidade por parte destas.

No mês de junho passado tive a honra de visitar esta comunidade e  fiquei surpreso( e ao mesmo tempo envergonhado) ao escutar alguns ciganos manifestarem suas indignações: “Vocês crentes dizem que vão nos ajudar mas nem sequer aparecem”, “Nós gostaríamos de escutar a Palavra de Deus mas vocês se esqueceram de nós”, ou ainda, “Já pedimos para vocês virem realizar cultos aqui, mas nem isso acontece”.

Ao redor do Brasil alguns grupos cristãos tem se solidarizado em prol deste povo, como é caso da missão Amigos dos Ciganos, coordenada pelo pastor Igor Shimura, e que tem sido um canal de bençãos para ciganos várias partes do Brasil. Esta mesma oferece assistência a qualquer grupo que estiver disposto a começar um trabalho com essa comunidade. 

O chamado “rancho de cima” é beneficiado por um trabalho promovido pela missão Juvep, mas mesmo assim o trabalho carece de apoio. Ore pelos ciganos do sertão, ore pelos ciganos de Sousa, especialmente pelos do rancho de baixo. Mobilize-se em prol dessa etnia, faça alguma coisa por este povo tão necessitado de ajuda. Deus ama os ciganos, então ame-os também.

“Abra sua boca; julga retamente, e faze justiça ao pobre e ao necessitado.” (Prov. 31.9)


Um comentário:

Anônimo disse...

Paz!!
Helton, texto bastante relevante para que a igreja e a sociedade reveja a sua ação e o amor pela comunidade cigana, é verdade que há uma deficiência muito grande por parte da igreja cristã desenvolverem um trabalho integral lá, mesmo com todo o esquecimento por parte de alguns graças a Deus que existe um pequeno grupo fazendo vizitas e realizando atividades com as crianças, acredito para que um trabalho ganhe força precisa antes ser integral, é o que pelo menos não vejo isso acontecendo lá, porém o pequeno trabalho feito lá precisa de apoio que nem sempre tem, é uma grande dificuldade, gostaria muito de ajudar mais infelismente o meu tempo está sendo gasto em outra comunidade, querido continue abordando questões como essa...A OBRA é GRANDE e os trabalhadores são poucos...um forte abraço