A
pergunta pode parecer muito simples, com direito a respostas muito
óbvias. Porém, tal pergunta, por mais incrível que pareça, é
muito relevante.
Primeiramente,
ao responder tal questão, podemos fazer uso da resposta mais comum,
que qualquer estudante de teologia poderia verbalizar: “Deus está
em toda parte!” E isso é verdade. Sendo onipresente, Deus se
encontra em todas as partes, e o próprio universo não é maior do
que Ele. Deus está presente em todo tempo-espaço e permeia todas as
coisas numa relação de imanência que ultrapassa toda a nossa
capacidade intelectual. A crença
da presença de Deus nesse sentido de onipresença pode
ser encontrado em várias partes das Escrituras. Vide por exemplo: Sl
139. 7-10 e At. 17.24-28.
Entretanto
existem outras formas em que a Bíblia se refere a presença de Deus.
Além
do sentido de Onipresença, as Escrituras também falam da presença
de Deus no sentido do seu cuidado providencial especial
por certas pessoas e lugares. Nesse sentido, a presença de Deus é
sua demonstração de interesse e preocupação particular por alguns
mais do que por outros. Vemos na Bíblia que várias vezes, devido ao
pecado, Deus se retira de meio do seu povo, deixando-o
temporariamente por sua própria conta e entregando-os à própria
sorte (2 Cr 12.5; Ez 29.5). Do mesmo modo, Ele se reaproxima na
medida em que o arrependimento torna-se realidade (Is 59.20; Jonas
3.9).
Também
existe um sentido “teofânico” para presença de Deus, que
ocorre quando a Bíblia se refere à sua presença
especial em encontros visuais onde Ele se apresenta de forma mais
tangível. Vemos esse tipo de manifestação em várias
passagens das Escrituras. Desde quando Deus andava no Jardim do Éden
(Gn 3.8) até a própria presença de Jesus, o próprio Deus
encarnado (João 1).
Finalmente,
podemos falar da presença de Deus no sentido que se refere à sua
intimidade com seu povo em momentos de adoração, quando
Deus se encontra presente enquanto seus filhos o cultuam
coletivamente ou individualmente.
O apóstolo Paulo esperava que depois de verem um genuíno e sincero
culto cristão, os incrédulos se convencessem da realidade da
presença de Deus (I Cor 14.25).
Para
um melhor entendimento das Escrituras, é fundamental que os cristãos
saibam distinguir esses diversos sentidos da presença de Deus no
mundo.
Helton
de Assis
Janeiro
de 2016
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